O Festival Super Bock Super Rock foi sempre uma referência a nível de festivais de música, porque conseguia reunir grandes nomes de diversos estilos, em dias diferentes e bem organizados, de modo a conseguir satisfazer diversos tipos de público e tendo ainda como grande vantagem de se realizar num meio urbano.
Quer dizer, foi uma grande referência até há uns anos. Depois decidiram que seria boa ideia realiza-lo no mesmo fim-de-semana da primeira edição do Optimus Alive (que tinha como cabeças de cartaz Pearl Jam, The White Stripes e Smashing Pumpkins), ficando o SBSR claramente a perder, na edição seguinte acharam melhor estraga-lo de vez e dividi-lo em dias diferentes no Porto e em Lisboa (já que queriam tanto mudar de sítio outra vez, ou o faziam no Porto em Lisboa – não nos dois sítios), com um cartaz bem mauzinho (tinham principalmente grandes cabeças de cartaz – The Killers e Depeche Mode) em que o dia do Porto correu particularmente mau, visto que os Depeche Mode cancelaram o concerto. Depois veio a primeira edição do SBSR no Meco, ou seja deixando de ser totalmente um festival urbano, e aventurando-se numa edição cheia de pó e, segundo constou, algo mal organizada.
Este ano o SBSR apresenta um bom cartaz, embora tenha deixado de vez o lado mais pesado da música que agradava ainda a um bom público, e garante que melhorou as condições físicas do festival, tanto do recinto como do campismo.
Nesta edição do SBSR não há como perder no primeiro dia de festival, dia 14 de Julho, quinta-feira, a estreia do rock psicadélico dos australianos Tame Impala que lançaram um dos melhores álbuns da temporada no ano passado, Innerspeaker, que foi lançado em Maio de 2010 e atingiu logo um patamar de obra-quase-prima pela envolvência experimental atingida pelas suas músicas. Tame Impala tocam às 21:10 no Palco EDP, sendo seguidos às 22:30 pelo nuestro hermano El Guincho e o seu indie pop que atingiu de forma eficaz todos os distraídos com o seu quarto álbum, Pop Negro, que foi lançado também o ano passado, tendo ficado marcado imediatamente pelo ritmo e alegria contido no primeiro single, Bombay e no respectivo videoclip.
Às 00:10 no Palco EDP não há como perder uma das novas divas indie pop vinda directamente da Suécia para o Mundo, Lykke Li, que não é uma novata por terras lusas. Este ano apresentou o seu segundo álbum, Wounded Rhymes, sendo até ao momento, certamente, um dos melhores álbuns do ano 2011.
O concerto mais aguardado da noite acontece às 00:45 no palco Super Bock e é o dos cabeças de cartaz Arctic Monkeys que vêm apresentar principalmente o seu ultimo álbum, Suck It And See, que apresenta uma nova fórmula (com o toquezinho de Josh Homme – QOTSA) que foi posta de lado por muito, mas adorada por outros tantos que acharam saudável o amadurecimento da banda. Decerto que será um concerto também para recordar os tempos de Whatever People Say I Am, That's What I'm Not.
Acaba-se a noite da melhor forma possível com um dj set de James Murphy, em forma de recuerdo dos saudosos LCD Soundsystem que fecharam a sua actividade.
Muito honestamente no dia 15 de Julho, temos um dia mais ligeiro (quando comparado com a correria que pode ser o dia anterior, que conta ainda com concertos bons dos The Walkmen e Beirut), no qual destaco a produção nacional Noiserv às 19h no Palco Super Bock e B Fachada às 20:50 no Palco EDP, já bastante adorados pelo público nacional, passa pela lembrança dos anos 90 dos Portishead no Palco Super Bock às 22:50 e por uma das razões (se não uma das principais) que levou este dia a esgotar: Arcade Fire no Palco Super Bock às 00:45. Não esquecer que muitas das pessoas que vão estar a ver Arcade Fire no SBSR, de certeza que o preferiam ter feito em Novembro passado no Pavilhão Atlântico, mas à falta de melhor, lá tem de ser. Tudo para ver uma das bandas referência dos anos 00 do indie, que mais fãs angariou rapidamente com o seu álbum de estreia, Funeral, em 2004 e que lhe foram sempre fieis até aos dias de hoje. Não é a primeira vez que os Arcade Fire tocam em Portugal, aliás, sempre que lançaram um álbum têm-no apresentado por terras lusas, tivemos a apresentação do seu álbum de estreia no Festival Paredes de Coura em 2005, em 2007 vieram apresentar Neon Bible também no SBSR mas ainda no Parque das Nações e agora voltam para a presentar o último The Suburbs no Meco.
No último dia do festival, sábado, é de referir o excelente trabalho dos PAUS às 20h no Palco EDP, estar com atenção a uma das esperanças do brit rock com os The Vaccines às 23:45 também no Palco EDP e com o que mais interessa nessa noite, que são os senhores do rock alternativo de várias gerações, mas principalmente a que cresceu nos anos 00, os The Strokes às 00:35 no Palco Super Bock. Estes que vêm apresentar o seu último álbum Angles e relembrar-nos porque a música Reptilia é considerada uma das melhores guitarradas de sempre!
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