terça-feira, 10 de julho de 2012

[FESTIVAIS] Review da 18ª edição do Super Bock Super Rock


A 18ª edição do festival Super Bock Super Rock não teve o mesmo impacto que a sua edição anterior. Terá sido pelo facto de não ter uns cabeças de cartaz como os do ano passado, pelas críticas feitas pelos festivaleiros, pela crise ou pela concorrência directa do festival Optimus Alive’12 que decorre já no próximo fim-de-semana com um cartaz de meter inveja, esta edição do SBSR teve um recinto vazio para o que seria normal.

Embora o festival não tivesse grandes cabeças cartaz, não faz do SBSR um festival com um alinhamento de bandas mau. Muito pelo contrário, o SBSR tinha nomes muito bons. Começamos com dia 5, dia que começou com duas bandas portuguesas no Palco Super Bock, os Salto e os Capitão Fausto, ambos com um bom concerto, apresentando os álbuns de estreia e a mostrar que também sabem tocar em grandes festivais, sem ser apenas em pequenas salas.

Passámos antes do final do concerto dos Capitão Fausto, para o Palco EDP, de modo a não perder uma das bandas que lançou um dos álbuns mais surpreendentes neste ano. Falamos dos Alabama Shakes, que trouxeram o seu folk rock até à Herdade, deixando o público completamente arrebatado pela voz e carisma da vocalista Brittany Howard. Voltámos a trocar de palco, para ver os Bloc Party, uma das bandas responsáveis pela onda indie rock que se viveu no início dos anos 00. Vieram dar um óptimo espectáculo, onde deliciaram o público com temas de todos os álbuns, mas também tiveram tempo para mostrar músicas do novo álbum, das quais destacamos “Octopus” e “Team A”.

As horas que se seguiram foram uma correria, fomos ver Bat For Lashes no Palco EDP, pois que não podíamos deixar passar os criadores de “What A Girl To Do” e “Daniel” por Portugal sem os ver. Passámos por Incubus para ver um grande concerto e relembrar o início da nossa adolescência com temas como “Drive”, “Pardon Me” ou “Are You In?”. Ainda ponderámos em passar o concerto de Battles, mas não conseguimos. Depois do espectáculo dado no Festival Paredes de Coura o ano passado, não conseguimos resistir e tivemos de voltar a ouvir o rock experimental dos nova-iorquinos. O dia acabou na Herdade com toda a gente a dançar ao som dos novos e dos velhos temas dos Hot Chip, que levaram uma brisa um indie electropop para o SBSR.

No segundo dia de festival, começámos logo a dançar ao som dos The Rapture, que combatem para não deixar cair em esquecimento os grandes temas que criaram para o seu álbum de 2006, Pieces of the People We Love, como “Get Myself Into It” ou “Pieces of the People We Love”. Passamos depois para um dos concertos mais esperados, mas ao mesmo tempo mais temidos desta edição do SBSR, o de Lana Del Rey. Conhecida por um óptimo álbum de estúdio, mas por péssimas actuações ao vivo, Lana entrou em palco com “Blue Jeans”, mostrou uma música nova,“My Body Electric”, cantou muito bem para o que se esperava, acarinhou os fãs, recebeu presentes, deu autógrafos e beijinhos, e saiu. Um concerto bem programado e que mostra uma evolução que era necessária por parte de Lana Del Rey, no que toca nas suas actuações ao vivo.

Passamos para os energéticos e imparáveis Friendly Fires que aqueceram de uma forma única o público que se encontrava sobre a noite fria que se fazia sentir pela Herdade. Mostraram que ao vivo os temas funcionam melhor que nunca e acabaram o espectáculo com “Hawaiian Air” e “Kiss Of Life”, que levaram o público à loucura. Acabamos a noite com uma das maiores festas que se viu nos três dias de festival. M.I.A. pode ter mais ruído em palco que a sua voz, mas sabe levar as massas à loucura com os temas rápidos e ruidosos. Passou pelos temas que lhe deram a notoriedade inicial, como “Sunshowers” e “Bucky Done Gun”, passando pelo hit “Paper Planes” e tocando também os novos temas “Born Free” e “Bad Girls”. Em “Boyz” levou público para o palco, fazendo a delícia dos fãs.

O último dia do SBSR começou em grande, mas não foi com rock. Foi com um toque de R’n’B e soul que Aloe Blacc e a sua banda trouxeram até ao Palco Super Bock. Blacc trouxe principalmente os temas do último álbum, tendo levado metido o público todo a mexer, com as músicas cheias de ritmo e com o constante contacto com o público. Fomos ainda ver um bocado do concerto de Little Dragon, que teve uns atrasos devido a uma falta de electricidade no palco.

O concerto que nos esperava no Palco EDP foi inesperado e um dos mais surpreendentes desta edição do SBSR. Annie Clark, conhecida por St. Vincent, deu um concerto arrebatador em que foi senhora e dona da sua guitarra em palco, dando um excelente espectáculo em que mostrou maioritariamente temas do seu último álbum, Strange Mercy. Mesmo no fim do concerto, St. Vincent larga a guitarra, salta do palco e passa para as mãos dos fãs num crowdsurf que dura 2 minutos. O público fica extasiado.

Passamos para o Palco Super Bock, onde fazemos um autêntico indie revival dos anos 00 a ouvir o fantástico concerto dos The Shins. Além de tocarem os temas do álbum Port of Morrow, deste ano, também tocaram temas como “Phantom Limb” ou “Turn on Me”. A noite teve uma reviravolta com a troca da actuação de Skrillex do Palco Super Bock para o Palco EDP. Isto fez com que o concerto de Regina Spektor fosse invadido por uma multidão que ansiava por ver o dj ao vivo e como é de imaginar, não estavam propriamente na onda do pop folk da americana. Mesmo assim, Regina Spektor levou o seu concerto até ao fim, sempre com um sorriso contagiante atrás do piano.

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