Este ano foi grande para o festival de música mais antigo do país, ainda no activo. Casa cheia nos três dias, cerca de 20 mil pessoas por dia e ainda com mais um dia extra de concertos além do já habitual dia da recepção ao campista. Ao contrário da maioria dos grandes festivais de música deste ano, não se ouviu nenhuma queixa, nada de concertos maus, nem de más condições ou falta de segurança.
Paredes de Coura é por excelência um festival direccionado para a música alternativa e independente, tirando o máximo partido disso mesmo nesta edição que contou com nomes de referência e de uma qualidade que foi comprovada por quem lá passou. Podem-se apontar como exemplo disso mesmo o concerto do regresso dos Pulp ao mundo dos palcos e da relação que se criou com o público do festival em 2009, sendo que o frontman Jarvis Cocker entre a sua britpop exemplar e a sua maneira peculiar e natural de entreter, consegue envolver-nos nas suas histórias cantadas e ser um senhor em palco sem rival. Quer dizer, parece que este ano não foi o único a ser um grande senhor da música e do entretenimento em palco, pois Erlend Øye dos Kings of Convenience fez-lhe frente de uma maneira impressionante, pois além da grande semelhança física, o senhor também sabia ser um grande entertainer mas com uma dificuldade acrescida que Jarvis Cocker não sente devido à sua música, os Kings of Convenience com o seu indie simples conseguiu ter o público a seus pés, mas com momentos hilariantes proporcionados por Erlend Øye.
Também já se esperavam e comprovaram-se grandes concertos dos Battles, que vieram apresentar o bem aclamado "Gloss Drop", o seu álbum deste ano, que deram um concerto excepcional, tendo ficado ao mesmo nível dos bons concertos de Mogwai, Wild Beasts, Deerhunter e Blonde Redhead, que deram dos melhores concertos que se assistiram este ano nas margens do Tabuão.
Das novas revelações que marcaram presença nesta edição do festival, à que destacar a consistência de George Lewis Jr. e o seu projecto Twin Shadow, que depois do sucesso do seu álbum de estreia "Forget" do ano passado, de já ter actuado em Maio no Lux em Lisboa e também em Vila do Conde e já ter agendado um concerto para o Clube Ferroviário em Lisboa a 1 de Setembro, conseguiu conquistar os mais distraídos com o seu concerto no palco principal. As Warpaint deram um óptimo concerto indie pop, daqueles a que o Festival Paredes de Coura já nos habituou com um grupo de meninas queridas e com boas letras, que deixam o público completamente arrebatado, o oposto ao que se assistiu no concerto dos nova-iorquinos Crystal Stilts, que não sendo propriamente bonitos nem num deslumbravam com o olhar, mas fizeram-nos viajar às suas influências de The Doors e Joy Division. Não esquecer claro o excelente concerto dos Two Door Cinema Club, que demonstraram que conseguem fazer muito mais do que a maioria das bandas que sai agora da Kitsuné e que acabam por funcionar muito, mas muito melhor ao vivo do que em anúncios para telemóveis. Quando se entrou no concerto dos Esben & The Witch, parecia outra dimensão, de um pop psicadélico obscuro mas completamente energético, que nos deixava de queixo caído e a pensar que realmente existem bandas que merecem e são bem melhores ao vivo do que ma melhor das aparelhagens. Mas um dos vencedores desta categoria vai claramente para os Metronomy que fizeram com que Marina & The Diamonds perdesse público para esgotar completamente a capacidade do palco after-hours, dando um concerto fenomenal em que demonstraram que não é só de um estúdio e computadores que uma banda actual precisa, carregando bem mais nas músicas ao vivo e dando-lhes uma emoção bem mais realista, levando o público a entoar as suas canções como se se tratassem de autênticos hinos.
Fora do grupo anterior das novidades, temos uma banda que foi tratada como tal por não ter sido muito divulgada ao longos dos anos por cá, mas que já tem um legado que faz inveja a certos cabeças de cartaz do festival, os …And You Will Know Us By The Trail Of Dead ou simplesmente Trail Of Dead já contam com sete álbuns, tendo sido o último "Tao Of The Dead" lançado no início deste ano e contaram com o seu rock psicadélico para impressionar o público, havendo muitos que certamente nunca teriam ouvido falar dos texanos. E parece que conseguiram, pois deram um concerto onde demonstraram um poder para lá do esperado, acordando os adormecidos que se encontravam pelo anfiteatro e conquistando todos os que não os conheciam.
Os Crystal Castles deram um concerto a sério desta vez na recepção ao campista, visto que em 2007 quando lá foram apenas deram um concerto de 20 minutos deixando o público cansado, mas sedento por mais. Parece que 2011 é que foi o seu ano em Paredes de Coura. E Omar Souleyman? Bem, parece que o sírio consegue fazer realmente um grande festa! E que festa! Deixou o os festivaleiros todos ao pulos com, sabemos nós lá o que raio estava ele a dizer, e os seus ritmos contagiantes e dançáveis!
Por incrível que pareça, um dos cabeças de cartaz mais aguardados deste festival, são aqueles que não têm muito mais de uma hora de música para tocar, pois apenas têm um álbum que já foi lançado em 2006. Os Death From Above 1979 são um exemplo muito raro de como a paixão por uma banda pode ser apenas feita a partir de onze músicas e de uns tantos singles. A resposta também não é muito complicada, eles eram e continuam a ser bons naquilo que fazem e a energia do seu punk rock electrónico consegue com que se encha o anfiteatro de Paredes de Coura e que o crowd surf pareça um autêntico tsunami humano em direcção ao fosso do palco. Também há que destacar o profissionalismo e a paciência da equipa de segurança que foi impecável no meio de tanta confusão.
Está de parabéns toda a organização deste festival, que se chegou a temer em edições anteriores o seu desaparecimento, mas que depois do enorme sucesso que se presenciou neste ano, duvido que haja qualquer tipo de problema na edição de 2012. Para o ano lá estaremos certamente, os que todos os anos acreditam e lá estão, aos novos aficionados que foram e aos que ouviram falar de tal evento e que para o ano se irão estrear por lá.
Até para o ano Festival Paredes de Coura!
Paredes de Coura é por excelência um festival direccionado para a música alternativa e independente, tirando o máximo partido disso mesmo nesta edição que contou com nomes de referência e de uma qualidade que foi comprovada por quem lá passou. Podem-se apontar como exemplo disso mesmo o concerto do regresso dos Pulp ao mundo dos palcos e da relação que se criou com o público do festival em 2009, sendo que o frontman Jarvis Cocker entre a sua britpop exemplar e a sua maneira peculiar e natural de entreter, consegue envolver-nos nas suas histórias cantadas e ser um senhor em palco sem rival. Quer dizer, parece que este ano não foi o único a ser um grande senhor da música e do entretenimento em palco, pois Erlend Øye dos Kings of Convenience fez-lhe frente de uma maneira impressionante, pois além da grande semelhança física, o senhor também sabia ser um grande entertainer mas com uma dificuldade acrescida que Jarvis Cocker não sente devido à sua música, os Kings of Convenience com o seu indie simples conseguiu ter o público a seus pés, mas com momentos hilariantes proporcionados por Erlend Øye.
Também já se esperavam e comprovaram-se grandes concertos dos Battles, que vieram apresentar o bem aclamado "Gloss Drop", o seu álbum deste ano, que deram um concerto excepcional, tendo ficado ao mesmo nível dos bons concertos de Mogwai, Wild Beasts, Deerhunter e Blonde Redhead, que deram dos melhores concertos que se assistiram este ano nas margens do Tabuão.
Das novas revelações que marcaram presença nesta edição do festival, à que destacar a consistência de George Lewis Jr. e o seu projecto Twin Shadow, que depois do sucesso do seu álbum de estreia "Forget" do ano passado, de já ter actuado em Maio no Lux em Lisboa e também em Vila do Conde e já ter agendado um concerto para o Clube Ferroviário em Lisboa a 1 de Setembro, conseguiu conquistar os mais distraídos com o seu concerto no palco principal. As Warpaint deram um óptimo concerto indie pop, daqueles a que o Festival Paredes de Coura já nos habituou com um grupo de meninas queridas e com boas letras, que deixam o público completamente arrebatado, o oposto ao que se assistiu no concerto dos nova-iorquinos Crystal Stilts, que não sendo propriamente bonitos nem num deslumbravam com o olhar, mas fizeram-nos viajar às suas influências de The Doors e Joy Division. Não esquecer claro o excelente concerto dos Two Door Cinema Club, que demonstraram que conseguem fazer muito mais do que a maioria das bandas que sai agora da Kitsuné e que acabam por funcionar muito, mas muito melhor ao vivo do que em anúncios para telemóveis. Quando se entrou no concerto dos Esben & The Witch, parecia outra dimensão, de um pop psicadélico obscuro mas completamente energético, que nos deixava de queixo caído e a pensar que realmente existem bandas que merecem e são bem melhores ao vivo do que ma melhor das aparelhagens. Mas um dos vencedores desta categoria vai claramente para os Metronomy que fizeram com que Marina & The Diamonds perdesse público para esgotar completamente a capacidade do palco after-hours, dando um concerto fenomenal em que demonstraram que não é só de um estúdio e computadores que uma banda actual precisa, carregando bem mais nas músicas ao vivo e dando-lhes uma emoção bem mais realista, levando o público a entoar as suas canções como se se tratassem de autênticos hinos.
Fora do grupo anterior das novidades, temos uma banda que foi tratada como tal por não ter sido muito divulgada ao longos dos anos por cá, mas que já tem um legado que faz inveja a certos cabeças de cartaz do festival, os …And You Will Know Us By The Trail Of Dead ou simplesmente Trail Of Dead já contam com sete álbuns, tendo sido o último "Tao Of The Dead" lançado no início deste ano e contaram com o seu rock psicadélico para impressionar o público, havendo muitos que certamente nunca teriam ouvido falar dos texanos. E parece que conseguiram, pois deram um concerto onde demonstraram um poder para lá do esperado, acordando os adormecidos que se encontravam pelo anfiteatro e conquistando todos os que não os conheciam.
Os Crystal Castles deram um concerto a sério desta vez na recepção ao campista, visto que em 2007 quando lá foram apenas deram um concerto de 20 minutos deixando o público cansado, mas sedento por mais. Parece que 2011 é que foi o seu ano em Paredes de Coura. E Omar Souleyman? Bem, parece que o sírio consegue fazer realmente um grande festa! E que festa! Deixou o os festivaleiros todos ao pulos com, sabemos nós lá o que raio estava ele a dizer, e os seus ritmos contagiantes e dançáveis!
Por incrível que pareça, um dos cabeças de cartaz mais aguardados deste festival, são aqueles que não têm muito mais de uma hora de música para tocar, pois apenas têm um álbum que já foi lançado em 2006. Os Death From Above 1979 são um exemplo muito raro de como a paixão por uma banda pode ser apenas feita a partir de onze músicas e de uns tantos singles. A resposta também não é muito complicada, eles eram e continuam a ser bons naquilo que fazem e a energia do seu punk rock electrónico consegue com que se encha o anfiteatro de Paredes de Coura e que o crowd surf pareça um autêntico tsunami humano em direcção ao fosso do palco. Também há que destacar o profissionalismo e a paciência da equipa de segurança que foi impecável no meio de tanta confusão.
Está de parabéns toda a organização deste festival, que se chegou a temer em edições anteriores o seu desaparecimento, mas que depois do enorme sucesso que se presenciou neste ano, duvido que haja qualquer tipo de problema na edição de 2012. Para o ano lá estaremos certamente, os que todos os anos acreditam e lá estão, aos novos aficionados que foram e aos que ouviram falar de tal evento e que para o ano se irão estrear por lá.
Até para o ano Festival Paredes de Coura!
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